O uso da inteligência artificial (IA) na educação já é uma realidade e passo a passo vem transformando tanto a gestão quanto a instrução de alunos em diversas partes do mundo. Dentre as ferramentas que possuímos hoje, não usar a IA no processo de ensino-aprendizagem dos jovens é no mínimo abrir mão de uma potencial reforma significativa nesse setor que ainda opera de maneira arcaica.
Antes de mais nada é importante entender que a IA não veio para a educação a fim de substituir professores e docentes, e sim auxiliá-los na formação pedagógica do estudante. Os seres humanos não conseguem analisar muitos dados simultaneamente como ocorre com as máquinas, por isso, o uso de Inteligência Artificial na educação permite reconhecer padrões de aprendizagem e recomendar melhorias para os alunos de forma individual, preenchendo lacunas daqueles que necessitam e potencializando talentos dos mais avançados.
Naturalmente cada pessoa possui defasagens e habilidades singulares no que diz respeito ao processo de aprendizagem. Para evoluir no aprendizado é fundamental que o ensino seja cada vez mais personalizado, e podemos dizer que temos basicamente dois caminhos para fazer isso. O primeiro é ter um professor para cada aluno (1 para 1), assim, o docente tem sua atenção 100% voltada para um estudante e pode entregar um alto nível de personalização. Aqui vale citar que uma pesquisa da consultoria McKinsey, junto a com 2000 professores dos Estados Unidos, Canadá, Cingapura e Reino Unido, apontou que eles gastam até 40% das horas de trabalho em atividades que poderiam ser automatizadas.
O segundo caminho para evoluir no ensino é através da IA, que identifica os padrões de cada estudante e se aperfeiçoa a cada interação com ele, acompanhando e ajustando o ensino conforme a evolução do aprendiz.
Certamente o maior impacto da IA é promover um profundo nível de personalização em grande escala, preenchendo lacunas cognitivas que foram criadas ao longo do processo pedagógico do aluno. Desse modo, formamos estudantes com grande repertório de aprendizagem e isso impacta diretamente em suas habilidades futuras.
Apesar desse lado positivo, o setor educacional é muito tradicional e era de se esperar uma adesão lenta e receosa da tecnologia. Porém, com o aumento no número de soluções disponíveis, deep learning criando experiências mais humanizadas e menos robotizadas, modelos preditivos cada vez mais precisos e estratégias de dados fornecendo insights mais poderosos para professores e gestores educacionais, seu uso é inevitável, ainda que a longo prazo.
Lorenzo Tessari é Chief Operating Officer (COO) da Gama Ensino, startup de tecnologia desenvolvedora de um algoritmo proprietário que identifica os gaps de aprendizado dos alunos para o direcionamento dos seus estudos.
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